Gatinhas cravejadas

Texto concebido em Barcelona [ESP] ago./2004

Argollo Ferrão, A. M. de (2004). Gatinhas cravejadas [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri1/tri1-04/>.

Abstraído de uma crônica Publicada em 2004

Argollo, A. (2004, 30 de agosto a 12 de setembro). Gatinhas cravejadas [In] Caminhando pelas ‘ramblas’ de Barcelona. Jornal da Unicamp, p. 2, Diário da Cátedra. Disponível em [PDF] [HTML].

ISBN 978-85-908725-1-1 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Gatinhas cravejadas. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Ver a Cidade (p. 13). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

ISBN 978-84-936996-0-4 / Traduzido para o espanhol e publicado em 2009

Argollo, A. (2009). Guapas agujereadas. En A. Argollo. Ver la Ciudad. Un guión poético con ojos de veracidad (p. 11) (Colección Caravasar) (M. A. Suárez Escobio, Trad.). Gijón [Asturias/ESP]: CICEES. (Original en portugués publicado en 2008).


Gatinhas cravejadas

A senha para sentir-se jovem e moderno parece ser: use piercing… E faça uma tatuagem. Tudo certo, não se preocupem que eu não vou entrar com um discurso careta ou moralista. Acho interessante o desenho de algumas tatuagens e o brinco (que não deixa de ser um piercing) sempre foi uma jóia que embeleza as mulheres e atrai os homens. Contudo, todo excesso é prejudicial. De fato, se você tem um rosto comum, ou é meio “feiinha”… Vá lá, pendure uma pedra no nariz… Ou num dos cantos inferiores da boca, mas não faça isso se você for linda. São tantas princesinhas lindas, irretocavelmente lindas, que “enfei(t)am” a cara cravejando-a com verrugas de brilhante ou argolas de prata! (…) – Não se trata de caretice, mas de se externar a opinião de quem aprecia monumentos da arquitetura internacional. É como admirar uma fachada arquitetônica ou um monumento pichado por vândalos que, aliás, estão presentes por toda parte. Sonho ficar livre dos ridículos garranchos que as gangues paranóicas de pichadores urbanóides nos impinge goela abaixo (no caso – olhos a dentro…). Daí a sensação que eu tenho ao ver uma gatinha toda tatuada e cravejada por piercings: é como admirar um magnífico exemplar arquitetônico inteiramente pichado e cheio de buracos (ou anexos, ou remendos) nas fachadas.

Guapas agujeradas

La clave para sentirse joven y moderno parece ser: use un piercing… Y hágase un tatuaje. Todo bien, no se preocupen que no voy a salir con un discurso carca o moralista. Me parecen interesantes los dibujos de algunos tatuajes, y los pendientes (que no dejan de ser piercings) siempre han sido joyas que embellecen a las mujeres y atraen a los hombres. Sin embargo, todo exceso es prejudicial. De hecho, si tienes una cara común, o eres un poquito fea… Adelante, cuelga una piedra de la nariz… O en la comisura de la boca. Pero no lo hagas si eres bonita. ¡Son tantas princesitas bonitas, indefectiblemente bonitas, que adornan la cara agujerándola con verrugas de brillantes o aros de plata! (…) No se trata de conservadurismo, sino de exponer la opinión de alguien que sabe deleitarse con los monumentos de la arquitectura internacional. Es como admirar una fachada arquitectónica o un monumento lleno de pintadas hechas por vándalos que, por cierto, están por todas partes. Sueño con librarme de los ridículos garabatos que las bandas paranoicas de grafiteros urbanoides nos hacen tragar (en este caso, por los ojos). De ahí la sensación que tengo al ver una chica guapa toda tatuada y agujerada por piercings: es como admirar un magnífico ejemplar arquitectónico lleno de graffitis y agujeros (o anexos, o remiendos) en las fachadas.