Texto concebido em Marília [SP/BRA] jan./1988
— originalmente como letra de música.
Argollo Ferrão, A. M. de (1988). Nexo [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri1/tri1-120/>.
isbn 978-85-908725-1-1 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). Nexo. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Ver a Cidade (pp. 100-101). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
ISBN 978-84-936996-0-4 / Traduzido para o espanhol e publicado em 2009
Argollo, A. (2009). Nexo. En A. Argollo. Ver la Ciudad. Un guión poético con ojos de veracidad (p. 163) (Colección Caravasar) (M. A. Suárez Escobio, Trad.). Gijón [Asturias/ESP]: CICEES. (Original en portugués publicado en 2008).
Nexo
Sinto, às vezes, que as cidades me inibem, me prendem, deprimem, elas me fascinam… Mas me tornam, assim, um cara um tanto quanto apático. E as pessoas que nelas habitam, quase sempre tão carrancudas… Olhares ferozes, incomunicáveis, insensíveis, inatingíveis. Elas nos cobram um comportamento normal. A gente pensa, anda, fala, sente, senta, sonha, come, corre, cobre, dorme, sempre… Tangente à normalidade. Experimente, por exemplo, um dia, babar. Babar é próprio dos loucos. E os loucos, quem são? São loucos… E os loucos, quem são? São loucos… E os loucos, quem são? São todos sãos. Os loucos são exilados em sua loucura. Pobres seres, ditos normais, que se privam de um contato mais íntimo com a loucura… Eles não babam. Sente-se na sarjeta, abra uma cerveja, pés no chão e violão na mão, toque um som. De preferência um som assim sem nexo. Um espaço aberto à extravasão da razão… Ou da emoção… Que vem do coração… Não busque o nexo porque ele está aí, à sua frente. Se você sentiu, sentiu, tá bom, se não, tá bem também, não iria querer que’ocê sentisse assim de repente. Não lamente. O processo de enlouquecimento é gradual, é lento… Mas vale a pena babar, trocar energia cósmica com seres alienígenas,
E para isso…
Deite-se no chão
Deite-se no chão
Deite-se no chão
Deite-se no chão
Deite-se no chão
Deite-se nu chão
Deite-se nu chão
Deite-se nu chão
Deite-se nu chão
Deite-se nu chão
Deite-se nu no chão.
Nexo
A veces siento que las ciudades me inhiben, me prenden, me deprimen, me fascinan… Pero me convierten, así, en un tipo un tanto apático. Y las personas que viven en ellas, están casi siempre tan malhumoradas… Miradas feroces, incomunicables, insensibles, inalcanzables. Nos exigen un comportamento normal. La gente piensa, anda, habla, siente, se sienta, sueña, come, corre, cubre, duerme, siempre… Tangente a la normalidad. Prueba, por ejemplo, un día, a babar. Babar es propio de los locos. Y los locos ¿quienes son? Están locos… Y los locos ¿quienes son? Están locos… Y los locos ¿quienes son? Están todos cuerdos. Los locos están exiliados en su locura. Pobres seres, considerados normales, que se privan de un contacto más íntimo con la locura… Ellos no se baban. Siéntate a la orilla del camino, abre una cerveza, los pies en el suelo y guitarra en mano, ejecuta un sonido. Preferentemente un sonido sin nexo. Un espacio abierto al desbordamiento de la razón… O de la emoción… Que viene del corazón… No busques el nexo porque él está ahí, delante de ti. Si sentiste, sentiste, ta bien, si no, ta bien también, no iba a pretender que sintieras así de repente. No lo lamentes. El proceso de enloquecimiento es gradual, es lento… Pero vale la pena babar, intercambiar energía cósmica con seres alienígenas.
Y para eso…
Túmbate en el suelo
Túmbate en el suelo
Túmbate en el suelo
Túmbate en el suelo
Túmbate en el suelo
Túmbate desnudo suelo
Túmbate desnudo suelo
Túmbate desnudo suelo
Túmbate desnudo suelo
Túmbate desnudo suelo
Túmbate desnudo en el suelo.