Veracidade

Texto concebido em Campinas [SP/BRA] mai./1987

Argollo Ferrão, A. M. de (1987). Veracidade [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri1/tri1-146/>.

isbn 978-85-908725-1-1 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Veracidade. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Ver a Cidade (pp. 125-126). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

ISBN 978-84-936996-0-4 / Traduzido para o espanhol e publicado em 2009

Argollo, A. (2009). Veracidad. En A. Argollo. Ver la Ciudad. Un guión poético con ojos de veracidad (p. 206) (Colección Caravasar) (M. A. Suárez Escobio, Trad.). Gijón [Asturias/ESP]: CICEES. (Original en portugués publicado en 2008).

Veracidade

Idéias inusitadas atravessam, de súbito, minha mente. São idéias sempre bem-vindas, cheias de veracidade. Há pessoas que bloqueiam fluxos de pensamento surreal em nome de uma postura compatível com as normas da razão vigente. Nada a ver. Na realidade, essas pessoas não sabem o que perdem. Deixar o pensamento solto muitas vezes torna-se um ato de coragem, pois ele pode levar a lugares completamente inesperados. Se um dia você se deparar com um cavalo roxo comendo uma torta de maçã, não haverá razão para surpresa, pois cavalos roxos sempre comem tortas de maçã. Porém, se um dia você se deparar com um poeta comendo uma torta de maçã, não vá confundi-lo com um cavalo roxo, porque eles não são os únicos que comem tortas de maçã. Se você acha que este ensaio não tem “nada a ver”, saiba que idéias inusitadas, fluxos de pensamento surreal, tortas de maçã e cavalos roxos têm “tudo a ver” com a veracidade que os poetas trazem à tona, tocando nossos mais sutis e delicados sentimentos, deixando-nos à vontade a sós, absolutamente nus, aptos a viver e ver a cidade sob a óptica da verdadeira Luz.

Veracidad

Ideas inusitadas atraviesan, de súbito, mi mente. Son ideas siempre bienvenidas, llenas de veracidad. Hay personas que bloquean flujos de pensamiento surrealista en nombre de una postura compatible con las normas de razón vigente. Nada que ver. En realidad, esas personas no saben lo que se pierden. Dejar suelto el pensamiento muchas veces se convierte en un acto de coraje, pues nos puede llevar a lugares completamente inesperados. Si un día te deparas con un caballo violeta comiendo una tarta de manzana, no habrá razón para la sorpresa, ya que los caballos violetas siempre comen tartas de manzana. Sin embargo, si un día te deparas con un poeta comiendo una tarta de manzana, no vayas a confundirlo con un caballo violeta porque ellos no son los únicos que comen tartas de manzana. Si piensas que este ensayo no “tiene nada que ver”, has de saber que las ideas inusitadas, flujos de pensamiento surrealista, tartas de manzana y caballos violetas tienen “mucho que ver” con la veracidad que los poetas sacan a relucir, tocando nuestros más sutiles y delicados sentimientos, dejándonos cómodamente a solas, absolutamente desnudos, aptos para vivir y ver la ciudad bajo la óptica de la verdadera Luz.