Marcha lenta

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] jul./1986

— originalmente como letra de música.

Argollo Ferrão, A. M. de (1986). Ver a cidade [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri1/tri1-88/>.

ISBN 978-85-908725-1-1 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Marcha lenta. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Ver a Cidade (pp. 74-75). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

ISBN 978-84-936996-0-4 / Traduzido para o espanhol e publicado em 2009

Argollo, A. (2009). Marcha lenta. En A. Argollo. Ver la Ciudad. Un guión poético con ojos de veracidad (p. 123) (Colección Caravasar) (M. A. Suárez Escobio, Trad.). Gijón [Asturias/ESP]: CICEES. (Original en portugués publicado en 2008).

Marcha lenta
Vamos marchar...
Todos, caminhar... Vamos lutar
Até alcançar nossa meta, tá (?!)
Sem parar, sem falar, sem olhar, sem pensar,
Sem fazer nada...

Ah, eu não
Quero mais saber, eu não
Vou desmoralizar, não
Vou desobedecer, não
Vou desestruturar sua instituição.

Cobras e lagartos
Penetram-lhe a mente violentamente,
Pessoas passam,
Olham e vêem, e vêm e vão
E você tenta, em vão, impedir mas elas se vão.

São faces estranhas e ruídos, sensíveis a você
Que é um mero espectador...
E sua vida é o filme que passa na TV.
Há sempre intervalos e você vai até a cozinha
Mas não sabe bem o que fazer.

Vamos marchar...
Todos, caminhar... Vamos lutar
Até alcançar nossa meta, tá (?!)
Sem parar, sem falar, sem olhar, sem pensar,
Sem fazer nada...

Ah, eu não
Quero mais saber, eu não
Vou desmoralizar, não
Vou desobedecer, não
Vou desestruturar o meu coração.
Marcha lenta
Vamos a marchar...
Todos, a caminar... Vamos a luchar
Hasta alcanzar nuestra meta, vale (¿?¡!)
Sin parar, sin hablar, sin mirar, sin pensar,
Sin hacer nada...

Ah, yo no
Quiero saber nada, yo no
Voy a desmoralizar, no
Voy a desobedecer, no
Voy a desestructurar tu institución.

Serpientes y lagartos
Le penetran la mente violentamente,
Pasan personas,
Miran y ven, y ven y se van
Y tú intentas, en vano, impedirlo pero ellas se van.

Son caras extrañas y ruidos, sensibles a ti
Que eres un simple espectador...
Y tu vida es la película que ponen en la tele.
Siempre hay descansos y vas a la cocina
Pero no sabes qué hacer.

Vamos a marchar...
Todos, a caminar... Vamos a luchar
Hasta alcanzar nuestra meta, vale (¿?¡!)
Sin parar, sin hablar, sin mirar, sin pensar,
Sin hacer nada...

Ah, yo no
Quiero saber nada, yo no
Voy a desmoralizar, no
Voy a desobedecer, no
Voy a desestructurar mi corazón.