Poema concebido em Campinas [SP/BRA] 1988-1989
Argollo Ferrão, A. M. de (1988-1989). A outra face [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri1/tri1-96/>.
ISBN 978-85-908725-1-1 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). A outra face. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Ver a Cidade (p. 83). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
ISBN 978-84-936996-0-4 / Traduzido para o espanhol e publicado em 2009
Argollo, A. (2009). La otra cara. En A. Argollo. Ver la Ciudad. Un guión poético con ojos de veracidad (p. 136) (Colección Caravasar) (M. A. Suárez Escobio, Trad.). Gijón [Asturias/ESP]: CICEES. (Original en portugués publicado en 2008).
A outra face
Do mesmo jeito que me negas agora,
Beijas-me em seguida,
Pois me queres...
Pedes-me e eu digo sim.
Do mesmo jeito que olhas para o lado agora,
Miras-me em seguida,
Dizes que preencho tua vida,
Pedes-me um beijo...
Pedes-me mais e eu dou.
Do mesmo jeito que me ignoras agora,
Vens-me a mim em seguida
Pedindo perdão, querendo atenção.
Pensas que és única?
Tens razão! (...)
Se me negas um beijo,
O próximo é mais sedento,
Mais doce e apaixonado.
É certo que será meu.
Se me negas um abraço
É porque não enxergas que já és minha.
Teu corpo pressente,
Tua alma consente.
Quando te descobrires dominada,
Rituais, protocolos e cenas
Significarão mapas a seguir,
Não haverá mais choro a engolir,
Haverá tudo apenas.
La otra cara
Del mismo modo que ahora me niegas,
Me besas enseguida,
Pues me quieres...
Pides y yo digo sí.
Del mismo modo que ahora miras para otro lado,
Me miras enseguida.
Dices que lleno tu vida,
Me pides un beso...
Me pides más y yo te los doy.
Del mismo modo que ahora me ignoras,
Vienes a mí enseguida
Pediéndome perdón, queriendo atención.
¿Piensas que eres única?
¡Tienes razón! (...)
Si me niegas un beso,
El próximo es más sediento,
Más dulce y apasionado.
Es verdad que será mío.
Si me niegas un abrazo
Es porque no ves que ya eres mía.
Tu cuerpo presiente,
Tu alma consiente.
Cuando te descubras dominada,
Rituales, protocolos y escenas
Significarán mapas a seguir,
No habrá que tragar más lloro,
Habrá todo apenas.