A estrada que leva ao nada

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] set./2003

Argollo Ferrão, A. M. de (2003). A estrada que leva ao nada [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri2/tri2-09/>.

ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). A estrada que leva ao nada. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Vendo, crendo, escrevendo, lendo lendas (pp. 15-16). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

A estrada que leva ao nada
A estrada
Que leva ao nada
É assim? Ou assada?

Sôfrega, pamonha, calada...
É assim o rosto da mulher amada?
Infeliz, medonha, atordoada...
É assim que se castra a mulher casada?

Rompa o silêncio da noite!
Como um trovão, um lampejo de luz,
Açoite! Deixe-a feliz que ela o seduz.

Esperta, atenta, falante...
É assim que se vê a mulher amante?
Feliz, que de tão feliz atordoa, toda boa...
É assim o corpo da mulher à-toa?

E aquela estrada que leva ao nada?
É assim? Ou assada?
É tudo coito. Coitada.