Vendo, crendo, escrevendo, lendo lendas

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] set./2005

Argollo Ferrão, A. M. de (2005). Vendo, crendo, escrevendo, lendo lendas [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri2/tri2-119/>.

ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Vendo, crendo, escrevendo, lendo lendas. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Vendo, crendo, escrevendo, lendo lendas (p. 111). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

Vendo, crendo, escrevendo, lendo lendas
I

Quem tem que ver para crer
Não escreve: descreve.
Mas quem crê, mesmo sem ver, escreve
E ao escrever, excede – e faz poesia.

Quem não crê no que escreve
Não vê o que deve
Pois cede à letra fria:
Tem que ter para ser – não serve.

Quem sente que deve
Escrever, e crer sem ver,
Se atreve! E destrava a trova,
E oferece a quem lê uma lenda bela e breve!

II

Quem lê e crê que vê
Não raro se dispersa
E vendo que lendo voa
Crê que não vê tudo o que deve.

Mas quem não lê e crê,
Se ajoelha e reza
Ou simplesmente preza o que vê
Pela lente da mente de quem descreve.