Serpente-escorpião

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] out./2005

Argollo Ferrão, A. M. de (2005). Serpente-escorpião [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri2/tri2-136/>.

ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Serpente-escorpião. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Vendo, crendo, escrevendo, lendo lendas (p. 123). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

Serpente-escorpião
Ante a visão do ser
E o sentir do vir-a-ser
Está o ser que nada é,

O ser das lágrimas que não caem...

Pois veja que o sonho que sonha o ser
O eleva a um estado mais puro, a sentir
Sua quintessência.

Lágrimas do ser... (pente...).

E o ser que não chora em vão
Lamenta o fato de sentir mas não ter
O mundo na palma da mão.

E alinha-se assim às profecias mais ousadas
Que nos davam conta de que um dia
Tudo o mais viria à tona.

E o serpente que não chora em vão
Será, por sua vez, escorpião
Cujas lágrimas não caem...

Lágrimas de um prostituto poeta vilão.