A gatinha

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] out./2003

Argollo Ferrão, A. M. de (2003). A gatinha [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri2/tri2-15/>.

ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em

Argollo, A. (2008). A gatinha. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Vendo, crendo, escrevendo, lendo lendas (p. 20). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

A gatinha
Gatinha, você foi dez!

Dez mil vezes imaginei-te assim,
Mas hoje o que fizeste
Foi dez mil vezes maior
Do que pensei um dia ver-te fazer.

Gatinha, você foi dez!

Dez mil vezes pensei em ti,
Imaginei-te assim...
Mas desta vez
Foste dez mil vezes maior.

Beija o pai...

Cinco minutos de pai não faz mal a ninguém...
Um pouco de colo...
Escuta esse som – “quando você crescer...
Eu quero ser o seu bebê” – (...)

Gatinha, você foi dez!

Lembre-se do som
Da Cor do Som...
Do som que eu sei de cor.
Lembre-se filha, do Mantra Ohm...

Poderia falar mil coisas mais,
Mas, como o golpe que levei
Veio de quem nunca imaginei,
Parei de contar, parei de cantar,

Parei.

Mil coisas deixei de falar,
Mas tu,
De certo que nunca imaginei,
Foste feroz, incrível, sumária, veloz.

Gatinha, você foi dez!
És mesmo a gatinha do pai.