Ventos uivantes

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] nov./2003

Argollo Ferrão, A. M. de (2003). Ventos uivantes [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri2/tri2-29/>.

ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Ventos uivantes. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Vendo, crendo, escrevendo, lendo lendas (p. 34). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

Ventos uivantes
Uiva, vento ruivo
Que carrega poeira, terra vermelha,
Uiva, vento ruivo, uiva a noite inteira
(morro dos ventos uivantes).

Leia um livro, assista a um filme,
Não tentes dormir...
Não sem antes
Escutares o som dos ventos uivantes.

Uiva, vento ruivo,
Uiva que este som soa como uma doce canção
E o pó que carregas me seca a garganta,
Faz-me palpitar o coração.

Acenda uma luz, escreva um poema,
Não tentes dormir...
Não aflija os amantes
A melodia sombria dos ventos uivantes.

Uiva, vento ruivo,
Pó, poeirão, areia, terra vermelha,
Frio vento que congela a alma
E trinca os ossos.

Intriga, entrega, estraga, apaga,
Acaba a calma, e acalma... quando acaba.
A noite inteira, à meia-noite,
A noite dos ventos uivantes.