Tudo isso

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] nov./2003

Argollo Ferrão, A. M. de (2003). Tudo isso [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri2/tri2-34/>.

ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Tudo isso. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Vendo, crendo, escrevendo, lendo lendas (p. 40). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

Tudo isso
Cheguei em casa
E me enchi de perfume...
Espirrei no meu sovaco
O mesmo desodorante fétido
Que espirrara no início da noite
Para encontrá-la.

Mas agora ele cheira bem.
Ele apaga o seu cheiro de morte,
O seu cheiro podre,
De merda... de vagina mal lavada,
Mal comida, mal-amada,
Usada... jogada às traças.

Seu mau cheiro
De quem já morreu
E ainda anda por aí,
Perambulando
À procura de um canto
Para encostar-se.

Cheguei em casa
E dormi...
Acordei. Dormi de novo...
Morri? (...) Vivo (...) Viva!