Quem me guia

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] mai./2006

Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Quem me guia [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-01/>.

ISBN 978-85-908725-2-8 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Quem me guia. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (p. 9). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

Quem me guia
I

Prestes a empreender mais uma travessia
Sinto-me como se minhas vestes
Não mais me vestissem à noite
Eis que minh’alma vaga, perambula
E meu corpo reclama de dia.

Por rastros em pastos vastos,
Rostos castos impostos,
Astros gastos que pouco iluminam
E quase não irradiam energia
Transpasso ileso – absolutamente protegido,

Vibrando numa mais sutil freqüência,
Em sintonia com seres de luz,
Percebo que me querem pra Cristo...

Haja fogueira aos bruxos
Precoces, cheios de receios – sem sustos,
Perdidos em devaneios – não insisto:
Caminho com o olhar altaneiro
Confiando sempre em quem me guia.

II

Prestes a empreender mais uma travessia
Sinto-me como se minhas vestes
Envolvessem minh’alma à noite
Mas desnudassem meu corpo de dia.

Vestes sutis que me protegem dos distúrbios,
Que me fazem parecer belo – plácido,
Que me energizam e iluminam
Os frios becos – sombrios,
Tenebrosos subúrbios por onde passo.

Etéreos humores astrais...
Por incríveis becos virtuais,
Inacreditáveis, intangíveis umbrais.