Espelho

Poema concebido em Funchal [Por] Mai./2006

Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Espelho [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-07/>.

ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Espelho. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (p. 14). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

Espelho
Reconhece-te a ti, oh gajo!
Não venhas me dizer que estás só
Pois que és outro a cada instante
Sendo o mesmo desde sempre.

E vives assim, oh gajo, permanentemente
Inserido no conjunto mais belo – imanente,
Intrínseco ao ambiente
Sem exprimires ou negares tudo o que sentes.

E nada dizes, nem escreves, nem comunicas
Enfim – nada externas nem dás “dicas”...
E assim confundes a toda gente
Que te decifra à tua revelia aprisionando de repente

A tua voz, tua sombra, tua energia...
Ignorando teus caminhos,
Teus sinais indicativos, teus códigos, tua lente,
Sucumbindo em gestos lúdicos ao vazio que vaza a mente,

Mantendo-te em ti a tua imagem,
Reconstruindo-a meticulosamente.
Reconhece-te a ti, ora pois:
Faça-o imediatamente!