Poema concebido em Lisboa [por] Mai./2006
Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Letra sem trato [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-08/>.
ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). Letra sem trato. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (pp. 14-15). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
Letra sem trato
Nossa! Vou deixar de escrever o que não interessa! Quem me dera fosse um Drummond Para me expressar sem tanta pressa... Cansei dessas histórias de mormaço, De cansaço, de preguiça, esculacho, Calhamaços de papéis cheios de vícios E conteúdo pouco proveitoso... Salve as letras de Vinicius! Leiam Caetano Veloso! Deixe estar que dia desses eu te pego de jeito E apresento argumentos consistentes... Com paródias profícuas repletas de metáforas, Num lampejo te arrebato deste parque... Quem me dera ser um Gil Ou imitar Chico Buarque! Eu bem queria ser Pessoa... Assim, Camões erguer Bandeira, Mas não sou grande poeta E posso então dizer besteira... Para encerrar esse lamento Quero a música no tom... Maior: Jobim, Tonzé – do piano ao bandolim Sou um Mané de boca livre que retrata a cor do som.