Poema concebido em Campinas [SP/BRA] jul./2006
Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Luar nas Gerais [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-17/>.
ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). Luar nas Gerais. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (pp. 22-23). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
Luar nas Gerais
Aliás, diga-se de passagem: Que olhos bonitos ela tem! Vá ser linda assim na China! Ou em Minas... Gerais. E no mais... (?!) Bem, devo dizer que estou encantado Pela maneira de ser que ela tem E de estar onipresente... Sem querer parecer, aparece e vem. De repente, Quando menos se espera Traz à tona uma sensação Que há tempos eu não sentia, Mas se esvai... Como um copo de água fresca Numa tarde acalorada... Num segundo, uma virada E pronto, se esvai, não há mais nada. Ah, como é bom sonhar com ela! E se de repente A gente sente que a semente Do mais puro sentimento Pode vir a brotar, Um sorriso se esboça, E um verso, uma cantiga, uma bossa Alimenta o meu pensar. Eu trato logo de acordar. Não inventa, pô! Está tudo calmo, tudo certo, Veja lá se não vai se dar mal, Ela nem sabe de você, não o quer por perto, Não o chamou para o luau! Meu! Mas que luau! Que festa em homenagem à lua! Muita música, muita gente, alegria, Ambiente tranqüilo, poesia, E a minha amada só pra mim: nua! Assim mesmo é que termino esta história... Sem contar-lhes o que me move desde então. Gestos meigos gravados na memória, Uma conquista cuja luta fora em vão, Pois que inevitável, selada com um beijo, nada mais A não ser o desejo expresso com paixão Pela paisagem noturna sob o luar, nas Gerais, Ao som de Luar do Sertão.