Exuberância

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] ago./2006

Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Exuberância [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-27/>.

ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Exuberância. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (p. 32). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

Exuberância
Há um clima de fantasia no ar...
A perspectiva de despi-la
E explorar-lhe as reentrâncias
E sugar-lhe a seiva mais doce
E beijá-la até sufocá-la de paixão.
O clima é propício, o cenário perfeito.
Ela prepara-se para entregar-se
E ao dizer que não sabe se quer,
Faz manha
Mas vai...
E deita-se na cama
E mantém-se de bruços
Oferecendo-se em decúbito,
Em curvas maliciosamente encobertas
Por um vestido curto, de chita, florido
Que esconde querendo mostrar
Cada detalhe de sua intimidade
Reta, certa, distraída, à disposição.
Cheirosa, a rosa úmida
Entreaberta anseia por um contato físico
Suave, delicado, imprevisível
Mas sobretudo eficiente, embora inexato.
Quase como uma formulação quântica...
Cada momento há de ser vivenciado
Sobriamente, pois que pressa não há
E o meu semblante compenetrado
Demonstra o estado de atenção
Que dou a ela nesse instante infinito,
Como se o tempo estivesse parado
Preparando-a para a penetração,
Como fosse ela a única,
A última, a definitiva mulher
A merecer meu sêmen
Em jatos de um gozo exuberante:
Absoluto, indescritível, sagrado tesão.