Como o “fog” sob o sol

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] out./2006

Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Como o fog sob o sol [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-39/>.

ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Como o fog sob o sol. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (p. 44). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

Como o "fog" sob o sol
Em vez da realidade, a fantasia,
Mais que a necessidade, o interesse,
Assim como a capacidade, a sintonia
Com a cidade, com a felicidade, com a folia.

Euforia...

E de repente você cai de boca naquela imensidão,
E verifica que o roteiro traçado para se chegar até ali
Não considerava a real possibilidade
De que você pudesse se perder naquela imensa,
Antiestética, apolítica, anônima e patética
Caricatura anacrônica quase circense,
Porém atrevida e cheia de si – cidade.

E perdeu-se...
Mas perdendo-se, achou-se.

E a cada passo dado na direção daquela miragem,
Musas se desfaziam como o fog sob o sol,
Como sombras sob um foco de luz,
Como vampiros diante da cruz...
Mas mesmo assim foi possível desfrutar
Daquilo que parecia improvável até então:
As benesses de um oásis no deserto da paixão.

E assim que achou-se, fechou-se...
E fechado calou-se considerando-se sensato,
Eliminando com esse ato
Os fantasmas que o fetiche urbano lhe trouxe.