Poema concebido em Campinas [SP/BRA] nov./2006
Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Vento frio [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-43/>.
ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). Vento frio. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (pp. 48-49). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
Vento frio
Frio vento que assobia Insistente na janela de minh’alma, Penetrando em minha mente atenta Ritmado nessa triste melodia sem acordes, Sinfonia sinistra que mais assusta que maltrata... – Oh vento ateu, nossos ossos trincam atônitos! E a noite não acaba nunca, É só o começo da tenebrosa agonia De quem quer se comunicar Usando a voz do vento Nessa noite fria... É triste, mas sobretudo assombra Sentir o vento – puro ar em movimento Decretando o fim do silêncio Sagrado de uma madrugada calma, Profano, de uma noite ardente... E lá fora o vento continua Sem parar um só instante A fazer com que a lua Se entristeça, despida de sua aura clara Que ilumina o romance dos casais enamorados, Que a ela recorrem aflitos, ansiosos Para selarem suas promessas Sinceras, mais que mirabolantes, De amor eterno Que permanecerá inabalado Como antes... Do vento soprar... Soprar sem parar... E provocar... Esta melancólica sensação de que tudo vai acabar. (...) Inclusive o amor dos amantes.