Poema concebido em Campinas [SP/BRA] nov./2006
Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Quem quiser que conte outra [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-44/>.
ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). Quem quiser que conte outra. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (pp. 49-50). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
Quem quiser que conte outra
Sagrou-se campeão num torneio ilógico, Atípico, quase mágico, inacreditável. Sagrou-se e assim consagrou-se! Era o tal! Era o bom! E no mesmo instante em que apoderou-se Do título que tanto almejava, Perdeu-se ao perceber Que perdera o coração de quem o amava. Sagrou-se e consagrou-se, Apoderou-se e perdeu-se... Desesperou-se! E ao desesperar-se notou que estava só. Ninguém ligava para a sua aflição. Assim foi que, de súbito, num átimo Recolheu-se à sua verdadeira dimensão E amedrontou-se com o que viu: Sagrou-se e consagrou-se, Apoderou-se e perdeu-se; Desesperou-se e desesperado recolheu-se. Amedrontou-se... E assim foi que concluiu Que o que sentiu quando só se viu Nada lhe trouxe. Sagrou-se campeão e consagrou-se, Mas afinal compreendeu Que tudo isso nada lhe trouxe, E assim calou-se. Deitou-se, fechou os olhos e dormiu, E a história acabou-se.