Musa discreta

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] dez./2006

Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Musa discreta [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-51/>.

ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008

Argollo, A. (2008). Musa discreta. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (p. 55). Campinas [SP/BRA]: O Autor.

Musa discreta
Ela falava pausadamente,
Explicava o seu ponto de vista,
Argumentava sem perder as estribeiras,
Sorria ao final – docemente.

Não havia quem não se sentisse atraído,
Com os olhos atentos aos olhos dela,
Éramos todos discípulos de uma deusa quase ausente
Que nos encantava com sua sutil presença – reluzente.

Ela não se incomodava com o fato
De ser o centro das atenções.
Discreta, preferia o anonimato,
Mas era certo que não se prendia a ilusões – coerente.

Pois ela era sobretudo muito honesta,
E dosava sua beleza saliente
Com humildade, isenta de excessos...
Sua modéstia a mantinha serena – sorridente.

Assim é que pudemos conhecê-la
E aprender com sua postura singela
Que a vida, às vezes corrida, é sempre bela
Para quem, como ela, fizer por merecê-la – simplesmente.