Poema concebido em Campinas [SP/BRA] nov./2006
Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Poeta no divã [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-56/>.
ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). Poeta no divã. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (pp. 60-61). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
ISBN 978-85-7899-607-9 / Publicado em 2019
Argollo, A. (2019). Poeta no divã. In M. Martelli (Org.). Encontro além-mar: Brasil-Portugal (p. 190). Jundiaí [SP/BRA]: In House.
Poeta no divã
Bem se sabe, Como eu sei bem Que poesia não se explica, A poesia não se aplica A uma análise fria Pois que subliminarmente explicita Os mais recônditos sentimentos – puros, Essencialmente humanos, Profundos, profanos, Leves, levianos – sagrados, Mas essencialmente humanos... E assim sendo É certo que a poesia excita E subverte, e incita... O verso subversivo Abrange a totalidade, Unifica... Universo... A poesia há de ser acolhida, Absorvida mais que interpretada, Introjetada mais que compreendida. A poesia há de impregnar a alma E causar sensações E mexer com os sentidos, Invadir os olhos, a boca, os ouvidos E penetrar o corpo Pelos poros, Pelos porões, Pelos íntimos, ínfimos, intrínsecos Caminhos que levam ao ser Onipresente, onisciente, Onipotente poeta Capaz de reconhecer sua arte No mais improvável recorte Do seu próprio vir-a-ser e ficar... Para sempre imerso numa mais sutil atmosfera.