Poema concebido em Campinas [SP/BRA] mar./2007
Argollo Ferrão, A. M. de (2007). O que não acaba [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-70/>.
ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). O que não acaba. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (pp. 73-74). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
O que não acaba
Dar e receber atenção – em gestos simples Para modificar o panorama sombrio E assim acabar com a escuridão. Olhos nos olhos, há que se ter brio... Respeito para com o ser que o busca em vão, Que lhe estende a mão e lhe agarra, E lhe suga e derrama até que se esgote Todo o seu manancial de bons fluidos. Paixão... – que não acaba nunca! – Dar e receber atenção – em gestos discretos, De maneira a se promover A mais absoluta blitz corpórea, Alcançando os mais recônditos esconderijos secretos, E assim desnudar a alma E manter-se sereno, preciso – em calma Ante a ebulição dos hormônios Num reservatório sutil de pueris fetiches concretos – que não acaba nunca! – Dar e receber um beijo – num gesto infantil, Insólito, inocente, porém intenso Como nunca se viu Na face da Terra, um beijo na face que encerra O mais puro sentimento essencial, Como para a terra é o rio Que passa e leva a lembrança senil De quem esteve sempre por aqui mas sumiu. O beijo... – que não acaba nunca! –