Poema concebido em Campinas [SP/BRA] ago./2006
Argollo Ferrão, A. M. de (2006). Desagravo [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-76/>.
ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). Desagravo. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (pp. 80-81). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
Desagravo
Pretendia escrever uma nota de desagravo Mas resolvi dar à luz um poema Que pudesse pôr a nu mais um problema Irreal, fantasmagórico, mas que me deixa bravo. Um bando de megeras incorrigíveis Constituem o cerne do problema... Crentes e católicas fingidas Que vão rezar todo domingo – nobre cena. Vão beijar a mão do padre ou do pastor, Arrependidas como putas madalenas, Terão seus guias luz pequena, oh hipócritas Lideradas por ateístas sorridentes, parcas hienas. Vocês conseguem imaginar? Um grupo de lambe-botas, puxa-sacos De quem saco nem tem... Que vai rezar todo domingo! Acho lindo! E se alguém me perguntar Sobre as antimusas Que inspiram estas letras confusas Direi que uma delas é a estrela-do-mar, Representante mais fiel Das meninas que sem pudores Vivem dando nas marinas... E depois vão rezar todo domingo! Acho lindo! São pessoas potencialmente boas Mas que atuam em grupo de forma cruel. Lêem a Bíblia e com ciência são malévolas Quando abrem a boca e cospem fel. Pois que a hóstia que semanalmente engolem Não modifica a língua que possuem, E os cânticos que entoam – gospels and gossips – Não as livram da sujeira que as polui. Atuam sob a égide da fofoca, da maledicência, Pagam dízimo, dão esmolas, estendem a mão A quem, como elas, se ajoelha e lambe o chão, Mas segregam os que ousam pensar com independência. Pelo simples fato de amarem o poder – medíocre postura De quem não se toca e não tem tato, Dão a bunda num simples ato: Desde que a “madre nazista” sinta o prazer... De estar no comando E poder Continuar dando Ao mesmo tempo que só faz foder!