Poema concebido em Campinas [SP/BRA] mai./2007
Argollo Ferrão, A. M. de (2007). Minha sina [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-79/>.
ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). Minha sina. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (p. 84). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
Minha sina
Mais uma vez pude vê-la nua! Desfrutar desse privilégio Que a graça de sua majestade Me regalava à alma... E quase pude tocá-la, Sentir o seu perfume, Admirá-la como de costume, E sob seu lume, enamorar-me dela. Mas desta feita permaneci distante, Sereno, silente e puro. O céu azul, depois lilás, ficou escuro Até o glamoroso instante Em que ela sobressaiu-se altaneira, Branca! Absolutamente cheia! Assim mesmo como eu a queria: Inteira... Mas permaneci quieto. Havia muito ruído na comunicação, Muita gente em volta, nenhum sentido De respeito, saudade ou contemplação. E em algum lugar eu me encontrava Pois que era nítida a minha ausência, Muito embora fosse isenta De intenção, presunção ou carência. Eis que imponente ela ganha o céu! Tentei chamar a atenção Mas ninguém parou para me ouvir, Fiquei quieto e tratei de venerar A nudez da mais pura dama da noite, Musa absoluta, essencialmente feminina, Lua cheia de mim, minha sina, Doce clausura libertária que encanta e ensina.