Poema concebido em Campinas [SP/BRA] mai./2007
Argollo Ferrão, A. M. de (2007). Reticência [web]. Disponível em <http://argollo.org/tri/tri3/tri3-80/>.
ISBN 978-85-908725-0-4 / Publicado em 2008
Argollo, A. (2008). Reticência. In A. M. de Argollo Ferrão (Ed.). Entre símbolos e a perfeição (p. 85). Campinas [SP/BRA]: O Autor.
Reticência
Avilta-me a postura clássica dessa gente Asséptica – mas que todavia não reconhece O fato de que não enxerga um palmo À frente do nariz – quando o nariz não mente, Pois se mente cresce, e fica pendente Como pendentes frutas em cacho temporão, Dependentes que são do verão – deverão Perenizar raras sementes em mutação. Entre pendências e permanências Prefiro as reticências... E há quem por elas sinta pavor, Evitando-as, excluindo-as, ignorando-as Em prol de um símbolo cabal. Defendem o definitivo, o assertivo, O peremptório ponto final. Este bota fim a tudo, Nos deixa calados, encabulados, Mudos sobretudo. Mas é um ponto, afinal – apenas um ponto O ponto final, Enquanto três pontos completam O símbolo das mil e uma vivências... O símbolo da continuidade, Mais rico que um só ponto Pois são três que formam As reticências...